Faltou só dizer que o valor de torque máximo, puro e simples, não significa que o desempenho do carro será satisfatório. Mais importante que o valor da grandeza em si, é a observação da curva de torque. Muitas vezes um modelo que conta com motor de torque máximo mais baixo que o disponibiliza em baixas rotações é mais agradável de dirigir que um que só possibilita sua utilização em altas rotações.
Pra ficar dentro da VW, os motores 1.0 de 4 e 3 cilindros são bom exemplo disso. Apesar de torque maior, o velho motor 8v da fábrica alemã não apresenta a mesma vivacidade do novíssimo 3 cilindros que equipa Fox e Up! (quem já dirigiu o Fox com os dois motores sabe bem disso). Culpa da curva de torque, mais favorável no motor mais moderno.
Eu sou meio desconfiado da tal "confiabilidade mecânica" tão propalada dos japoneses. A bem da verdade, raro é o carro hoje (em especial em modelos de segmentos superiores) que seja fonte de problemas mecânicos significativos quando novo. Buscando em fóruns e sites especializados, é tão fácil encontrar reclamações sobre Civic (veja o caso dos amortecedores e das velas que grudam no cabeçote e obrigam a troca da tampa muito cedo) e Corolla quanto de um Fluence ou de um C4, por exemplo.
A diferença me parece mesmo estar na capacidade de tratar o cliente a "pão-de-ló" depois que ele adquire o carro. Deu algum problema, se resolve ele tão a contento que é como se nada tivesse ocorrido.
Desenho é pura questão de gosto. Para o meu, eu realmente não consigo achar outro sedã médio do mercado que possa se dizer mais "bonito" ou mais "estiloso" que o Jetta. Qual seria? O Civic e sua cara insossa? O Corolla, que mudou, mudou e continua praticamente o mesmo para que o vê pessoalmente? O Fluence e sua cara de bagre e rodas muito pra dentro da carroceria? O C4 Lounge, que apesar de bonito (meu gosto) passa despercebido em qualquer lugar? O Cruze e sua extrema sensação de porte desavantajado? O novo Focus, que também aparenta "pequeneza"? O 408 e sua traseira de "passion"? O Jetta ao menos oferece um desenho muito harmonioso e que traz uma significativa sensação de porte que os demais sedãs médios (exceção do Fluence) não possuem.
Quanto ao motor, eu concordo que passou da hora de trazer o Jetta para o mundo do Golf. Não que o 2.0 8V seja um motor ruim (quem anda de Jetta 8v sabe que ele cumpre bem o papel de empurrar o modelo sem muito brilho, mas com desempenho justo), mas está defasado frente ao que a própria VW oferece por aí. Tem motor que anda mais e consome menos na própria gama da montadora. Injustificável ter um Golf de entrada com motores TSI e o Jetta com o aspirado velho de guerra.
E o da VW traz 80% do troque máximo a 2000 RPM. Isso é que é o mais importante. Se o motor da Ford trouxer curva de torque com comportamento semelhante, vai andar bem, independentemente da rotação em que disponibilize o torque máximo.
Bom, só pergunto "a GM já passou" em que? Em vendas? Porque a Ford está brigando é para a Renault não ultrapassá-la na quarta posição do ranking de vendas, em um patamar muito, mas muito longe do que Fiat, GM e VW andam brigando. As 3 primeiras do ranking brigam na faixa de 20 % do mercado, enquanto a Ford trabalha em limites inferiores a 10%.
Discordo um pouco dessa visão que não parece ter limite para potência e torque de motores. Falta força ao Optima? Não, não falta. Você anda com ele em qualquer situação com muita segurança e desempenho sempre satisfatório. Só não é o suficiente para se disputar arrancadas em semáforos, e ponto.
Digamos que o certo seria dizer que há mais força no Azera, e só. 265 cv garante tanta segurança e conforto a um bom MOTORISTA quanto 130, 140 ou 150. Agora, se o caso for PILOTAR, aí nunca há um limite.
Bom, eu entendo que é deste século até agora, não? Pra bom entendedor... rs.
Essa questão das trocas de marcha em determinadas ocasiões, é coisa que se aprende rápido nesses carros. Elas são fruto somente da pressão maior ou menor no pé direito. Acho até que o i-motion interpreta razoavelmente bem o seu desejo: pisa pouco, ele troca marchas em rotações muito baixas; pisa muito ele estica bem as rotações e/ou reduz marchas, em especial em subidas. Cá pra nós, essa característica não é muito diferente do que temos em várias caixas automáticas que temos por aí não. Só não dá se você comparar com as melhores do mercado, tipo a tiptronic de 6 marchas da VW, ou a de 6 marchas da GM, a nova do Civic...
O que não acho justo é esquecer de comparar as automatizadas de Fiat e VW (nunca dirigi uma easytronic) com o câmbio de 4 marchas do grupo PSA que continuam equipando os carros compactos de Peugeot e Citroen. Sem nenhuma parcialidade, prefiro os automatizados. Essas acabam com o prazer de dirigir qualquer carro.
Depende da pressão que se faz no pedal direito. Se pisar de levezinho demais, vem mesmo a indecisão, até porque ele ascende as marchas em rotações muito baixas nestas condições. A partir do momento em que você entende isso, tudo se encaixa.
Agora, não é uma condição muito diferente de um monte de caixas automáticas que temos por aí não. Só mesmo as melhores são realmente razoáveis na escolha correta das marchas em qualquer situação.
Em outro patamar, as pick-ups grandes são do mesmo jeito: preço nas alturas para um acabamento interno que beira o simplório. São carro de trabalho. Na comparação com veículos "comuns" vão sempre sair perdendo longe no quesito requinte de materiais utilizados no acabamento interno.